Lances iniciais em 12/11
Tinta a óleo sobre borracha – Assinada – Com Moldura
Frederico Filippi (São Carlos, 1983) é Mestre em Artes Visuais na Escola de Comunicação e Artes da USP. Trabalha com mídias variadas, interessado na fronteira entre o natural e o construído, em especial atenção sobre a floresta e o continente sul americano. É colaborador da Casa do Rio no território da BR 319 no Amazonas desde 2016. Principais exposições estão as individuais Cobra Grande (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2022), Dentre suas principais exposições individuais destacam-se: Terra de Ninguém (Galeria Leme – São Paulo, 2020); Cobra Criada (Galeria Athena, Rio de Janeiro, 2019); Próprio-impróprio (Galeria Leme – São Paulo, 2016); O Sol, o Jacaré Albino e Outras Mutações (Galeria Athena Contemporânea – Rio de Janeiro, 2016), entre outras. Dentre suas principais exposições coletivas estão: Até onde a vista alcança (Galeria Athena – Rio de Janeiro, 2020); O que não é floresta é prisão política (Galeria Reocupa – São Paulo, 2019); Caixa Preta (Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre, 2018); entre outras. As residências e bolsas que recebeu incluem: Despacio, Costa Rica (2018), PIMASP, Museu de Arte de São Paulo (2016/17), Intervalo Escola, Amazonas (2017), KIOSKO, Bolívia (2015); El Ranchito – Matadero, Madri (2014), 5ª edição da Bolsa Pampulha, Belo Horizonte (2013/14), Centro de Investigaciones Artisticas, Buenos Aires (2013), entre outros.
Frederico Filippi é um artista dedicado à pesquisa das realidades políticas e culturais, abordando diferentes questionamentos em sua produção. Ele explora uma variedade de técnicas, como pintura, desenho, vídeo e instalação, com um foco temático na ideia de memória e história, investigando seus usos, construções, narrativas, jogos de poder e representações. No entanto, suas criações não refletem esses temas de forma óbvia, pois ele se deixa influenciar por narrativas poéticas, costumes e formas de pensamento de outros povos e mundos.
Suas pinturas são como coleções de paisagens, pequenas janelas que surgem como recortes em um fundo preto. Elas retratam panoramas noturnos, encostas, rios transbordando e céus com nuvens no pôr do sol. São paisagens construídas na impermanência, à beira de se desfazerem. Essas pequenas pinturas são espalhadas em um mesmo suporte, como fotos colocadas sobre uma mesa ou em uma página de um programa de diagramação na tela de um computador. Às vezes, a tremulação da câmera cria um borrão que se confunde com a fumaça de um incêndio na mata, um deslizamento de terra, uma enchente ou um mar de lama que subitamente invade uma planície, devastando tudo. Esses acidentes naturais estão cada vez mais conectados às ações inconsequentes do homem sobre a natureza. É nesse ponto que o trabalho do artista se desenrola, abrindo uma clareira nesse fundo preto, que evoca a ideia de borracha, pneu, piche e estrada.