Lances iniciais em 12/11
Água de feijão preto, nódia de banana e terra sobre papel – Assinada – Com Moldura
Josi (Itamarandiba, MG, 1983) foi criada em Carbonita, Vale do Jequitinhonha (MG) e hoje vive e trabalha entre Caeté (MG) e Belo Horizonte (MG). Graduada em Letras pela UFMG e em Artes Plásticas pela Escola Guignard-UEMG. Em 2022 realizou a exposição individual Quarar Reverso, na Piccola Galeria da Casa Fiat de Belo Horizonte e vem participando de exposições coletivas como Seis Artistas, curadoria de Lorraine Mendes, na Galeria Mendes Wood DM (Nova York, EUA, 2023) e Meu corpo: território de disputa, curadoria de Galciani Neves, Galeria Nara Roesler – SP (2023). Foi contemplada com os prêmios Pipa 2022 e 8° Prêmio Artes do Instituto Tomie Ohtake (2022).
Os trabalhos de Josi nascem em sua rotina e são criados com objetos do serviço doméstico, como peneira de bambu, engomador, caldos e temperos de cozinha, quaradores de estender roupa, entre outros. Em muitos dos seus trabalhos, ela utiliza o caldo do feijão como pigmento: surgem, nestas pinturas, personagens, sobretudo mulheres, em momentos de ação. Cria-se uma figuração nebulosa e quase fantasmagórica, que parece, de certo modo, apontar para os desafios e especificidades do ser mulher em uma sociedade marcada pelo machismo e misoginia.
Segundo palavras da artista, a obra apresentada no Leilão do Pivô “faz parte de uma série em papel que trança saberes de cozinha e pintura, numa paleta de tintas naturais construída nas beiradas do fogão. Nessa obra há fervuras de águas de feijão preto, embrenhadas em encontros com nódias de banana e terra. As palavras que nomeiam a série, além dos processos de feitura das tintas, também evocam as subjetividades que abrem fervura, decantam e se temperam nesses caldos, com imagens que emergem do corpo dessas matérias vivas”.