Brisa Noronha (Belo Horizonte, MG, 1990) é mestre em Poéticas Visuais pelo Departamento de Artes Visuais da USP,bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015) e em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (2015). Em 2017, recebeu uma bolsa do programa Freedom to Create, da residência artística Arteles, na Finlândia. Em 2015 foi premiada no 22º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande, em São Paulo. Atualmente Brisa orienta um grupo de projetos artísticos em cerâmica no espaço independente Hermes Artes Visuais, e desde 2020 é representada pela Galeria Sé em São Paulo.

Em sua prática artística, Noronha explora as relações entre delicadeza e resistência da matéria, percebendo-a como um sujeito ativo no processo criativo. Seus experimentos emergem da observação, da ação e da resposta — muitas vezes imprevisível — dos materiais que utiliza, revelando a vida sensível. Seus procedimentos equilibram a intenção e o inesperado, reposicionando conceitos de falha ou erro e propondo uma pedagogia da matéria que evidencia processos contínuos de reestruturação e reorganização.
A representação meticulosa de cenas cotidianas e objetos em cenários é uma característica recorrente em seus trabalhos. Nessa série em particular, Vigília, Noronha enxerga os objetos em cena como personagens que evocam temas de vigília, alerta, concentração e espera antecipada. A artista se mostra particularmente atenta às qualidades físicas dos elementos observados, com um foco especial na disposição dos objetos em cenas diárias e na estruturação de sistemas que a instigam a pesquisar de forma experimental as transformações e limites dos materiais. Ela trabalha com diversos suportes, incluindo pinturas, vídeos, fotografias e, notavelmente, a porcelana.