Lances iniciais em 12/11
Victor Mattina (Rio de Janeiro, RJ, 1985) constrói há treze anos um corpo de trabalhos em pintura que se utiliza da fotografia, da computação gráfica, da manipulação de imagens encontradas em arquivos científicos e policiais, e mais recentemente em imagens geradas por inteligência artificial. Em 2023, Victor Mattina apresentou Assim que passou a ver tudo quanto não havia na Galeria Athena no Rio de Janeiro, com a curadoria de Fernanda Lopes. Em 2021, seu trabalho ponto-zero/ponto-nulo foi exibido na Galeria Marcelo Guarnieri em São Paulo, sob a curadoria de Luisa Duarte. Em 2017, Antes do Fóru” foi exposto no Paço Imperial, Rio de Janeiro, com a curadoria de Evangelina Seiler. Participou das exposições coletivas: Bodas de Linho, em 2023, no Ateliê Casa Alta no Rio de Janeiro, com curadoria de Bruno Miguel e Luiz Ernesto; Objeto não identificado, em 2022, na Galeria Athena, com curadoria de Luisa Duarte e Victor Gorgulho; e Animal, na Galeria Marcelo Guarnieri em São Paulo.
Victor Mattina busca da sintetização de uma espécie de atlas de imagens vestigiais – situações visuais que o artista arranca de seu contexto original enquanto o oculta, suspendendo indefinidamente o sentido original da imagem. Então cabe ao espectador, através de sua condição de olho-imaginador, relacionar os diferentes vestígios e, com sorte, agitar as camadas ocultas pela pintura. Solitária reflete a respeito do duplo sentido contido no título e na imagem – a solidão e o parasita intestinal também conhecido como tênia. O segundo sentido, de acordo com o filósofo tcheco e pensador da mídia Vilém Flusser, é um ser totalmente libidinal e que parasita as funções alimentares e de proteção do animal que habita para se dedicar unicamente à sua reprodução assexuada e ininterrupta. Enquanto isto o animal debilita levemente o hospedeiro, cresce e se torna uma espécie de fita branca que se alastra visceralmente e pode atingir muitos metros de comprimento, num gesto de solidão radical.