Lances iniciais em 12/11
Sol Casal (Buenos Aires, Argentina, 1984) vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Ela é Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Entre as exposições que participou as que se destacam são: CONTRAMEMÓRIA, curadoria Jaime Lauriano, Lilia Moritz Schwarcz e Pedro Meira Monteiro, Theatro Municipal de São Paulo, São Paulo, SP, 2022 ; Birico – Poéticas Autônomas em Fluxo, SESC Bom Retiro, São Paulo, SP, 2021; DIZER NÃO, curadoria Edu Marin, Érica Burini e Thais Rivitti, Galpão, São Paulo, SP, 2021; Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte, curadoria Ana Paula Cavalcanti Simioni, Sesc Pinheiros, São Paulo, SP, 2020; TRIANGULAR Arte deste Século, Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2019; Estratégias do Feminino, curadoria Fabrícia Jordão, Farol Santander, Porto Alegre, RS, 2019 e QUE BARRA, curadoria Carollina Lauriano, Flora Leite e Thais Rivitti, Ateliê 397, São Paulo, SP, 2018. Em 2019 realizou a sua primeira exposição individual em São Paulo intitulada CÉUS CRUZADOS no Ateliê 397 com curadoria da Carollina Lauriano e Thais Rivitti; participou também da residência Pivô Arte e Pesquisa, no ano de 2019 e em 2020 participou da Residência Artística Transmetatlanticus Portugal/ Brasil – Brasil/Portugal promovida pela Casa Niemeyer e EMERGE. Seu trabalho compõem os acervos das instituições, Fundação Vera Chaves Barcellos e MAC-RS/Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Universidade de Brasília.
As pesquisas empreendidas pela artista têm permeado as linguagens da fotografia, performance, vídeo e instalação, utilizando elementos e símbolos retirados do imaginário místico e religioso, associados muitas vezes as tradições populares do fazer manual (como tricô, costura, renda, bordado) tomando como objeto de investigação o seu próprio corpo para discutir as relações de representação e apresentação do corpo feminino na contemporaneidade.
O trabalho Luas faz parte da pesquisa que culminou na exposição Céus Cruzados. O ponto de partida para construção da exposição reside nas pesquisas mais recentes desenvolvidas pela artista Sol Casal acerca dos arquétipos de MÃE e PAI. Como estes arquétipos perpassam nossas histórias pessoais e criam no macro nossas noções de poder, amor, relações com o próximo e com nós mesmos, entre outras tantas. Os trabalhos propõem discutir as relações consanguíneas, afetivas e instintivas de passagem de conhecimento, entendendo o corpo da mulher como campo político. As tradições do fazer manual (majoritariamente tidas como tarefas executadas por mulheres) passadas de geração em geração são apresentadas visando tensionar as relações deste conhecimento como ato de resistência em contraposição à perpetuação de padrões ditos femininos. Desta forma é possível vislumbrar o campo da afetividade, também, como determinante social.