Lances iniciais em 12/11
Para Lucas Simões (Catanduva, SP, 1980), a matéria é uma ferramenta de linguagem e o ponto de partida de seu trabalho. Seu processo baseia-se em pesquisas teóricas que se realizam em experiências espaciais. Sua formação como arquiteto, em que técnica e poética se entrelaçam, oferece uma possível chave de entendimento de sua produção. No centro de sua pesquisa estão os fracassos da Modernidade e as consequências contemporâneas dele. As obras se estabelecem a partir do diálogo entre a matéria-prima da arquitetura e seus habitantes, com uma sutil sagacidade que desestabiliza as certezas sobre seu rigor e revela a fragilidade das estruturas. Realizou individuais no MAMAM, Recife, na Caixa Cultural, SP-RJ e no Pivô Arte e Pesquisa. Participou de exposições em instituições como: Bienal do Mercosul, 10ª edição, Porto Alegre; Astrup Fearnkey Musset, Oslo; Zacheta National Gallery, Varsóvia; Museu Brasileiro da Escultura, Curitiba e CAAC Sevilha. Suas obras integram as seguintes coleções públicas: Itaú Cultural, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e The Blanton Museum, Austin.
Esta obra faz parte da pesquisa da série “Dormentes,” que teve início em 2021 e se expandiu, resultando em uma ampla variedade de trabalhos. Os “dormentes” encontram inspiração em um texto de Aristóteles que destaca que aquele que possui uma potência pode escolher exercê-la ou mantê-la em repouso. A potência é definida pela possibilidade de não ser posta em ação, permanecendo em estado latente. Portanto, essa série de obras não apenas comunica sua mensagem, mas também explora o ato de comunicação em si – a potência e a impotência de expressá-la. As obras são estruturas de concreto que repousam, não sustentando nenhuma construção, mas, ao contrário, sendo apoiadas por espessas chapas de aço. Embora sejam construídas com todos os elementos estruturais de vigas ou pilares, elas permanecem em um estado de repouso, como dormentes.