Lances iniciais em 12/11
Julia da Mota (São Paulo, 1988) vive e trabalha em São Paulo. Mestra em Artes Visuais pela ECA-USP e Arquiteta e Urbanista pela FAU-USP / ENSA-Paris La Villette, Julia da Mota expôs seus trabalhos em instituições culturais e galerias no Brasil e na Europa, tais como a Casa das Artes em Belém (PA), o Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP), o Museu de Arte de Blumenau (SC), Pivô (SP), Arte FASAM Galeria (MG), Janaína Torres Galeria (SP), Galera Fermay (Palma, Espanha), LAMB Arts (Londres, Reino Unido) e Association Mouvement d’Art Contemporain (Chamalières, França). Participou dos programas de residências artísticas Pivô Arte e Pesquisa (SP, 2021), foNTE (SP, 2019), East London Printmakers (Reino Unido, 2019) e LAMB Arts Billingbear Farm (Reino Unido, 2018).
Focada na pintura e na gravura, Julia da Mota desenvolve um trabalho intimista que parte principalmente de sua relação com o seu entorno mais imediato, buscando aproximações entre as ideias de paisagem, dualidade e fronteira. Em suas composições, encontramos um corpo de trabalho eminentemente formal que surge principalmente do afetivo e da experiência do corpo feminino em relação ao espaço construído. Suas cores transitam em fluxos ora controlados, ora livres, onde as camadas e veladuras parecem desaparecer diante de nossos olhos — por trás dessa estética suave, porém, há referências a uma realidade mais dura como a da arquitetura Brutalista de São Paulo, cidade onde a artista cresceu e reside. A obra de Julia da Mota resulta de uma forma de trabalhar pausada e reflexiva, algo que definitivamente impregna toda a sua produção.
Arquiteta de formação, Julia da Mota busca, hoje, outras maneiras de construir nesse mundo. Acessa espaços internos ao invés de projetar edifícios. Ao investigar a ideia de paisagem, como na obra Drip, a artista amplia o sentido do que a vista captura e traduz o conceito para um movimento interior, uma construção íntima. Sua expressão poética se manifesta através de pinturas em aquarela e tinta acrílica diluída, que sondam os limites existenciais — interações entre pigmento e meio, entre geometria e fluidez, interior e exterior, opacidade e claridade, controle e sua ausência.