Lances iniciais em 12/11
José Ignacio Suarez Solis, filho de pais cubanos, chegou ao Rio de Janeiro na infância e se estabeleceu na Bahia a partir de 1974. Estudou nos Estados Unidos entre 1987 e 1993, obtendo um diploma de Bacharel em Arquitetura pela University of Oregon. Durante uma estadia em Copenhague, em 1990, começou a explorar o desenho e a aquarela, criando cadernos de croquis. Frequentando os ateliês de Carybé e Mario Cravo Junior, desenvolveu interesse pela escultura em ferro batido. Inicialmente, sua carreira profissional foi como gerente de projetos na indústria hoteleira, passando por diversos países da América Latina. Aos 51 anos, em 2018, decidiu encerrar essa carreira e se dedicar inteiramente às artes.
José Ignacio estabeleceu-se em Salvador, montando seu ateliê na Vila Brandão, uma comunidade de pescadores próxima à Ladeira da Barra e ao Corredor da Vitória. Realizou sua primeira exposição individual em 2019, intitulada “Dentro do Mato, na Borda do Mar”. Recentemente, apresentou o projeto “Orí Tupinambá” na Caixa Cultural Salvador, explorando relatos de viajantes do século XVI, que se tornaram sua principal fonte de inspiração para experimentos com materiais como madeira, pedra e ferro velho, além de pinturas abstratas que refletem a paisagem vegetativa vista de sua janela.
A vegetação é um tema constante em seu trabalho, e ele encontra inspiração nas matas urbanas que resistem na cidade, capturando a abstração das paisagens vegetativas dos troncos de licuri, folhas de cajá, jaqueira e touceiras de bambu. Esta visão da janela do ateliê o impulsiona a criar obras com pinceladas rápidas, buscando pertencer a um passado remoto que se manifesta em frações de segundos. Sua inquietação o conduz pelo afeto à geografia continental e à nostalgia por um destino, usando a vegetação como elemento de ressignificação em sua arte.