Igi Lola Ayedun (São Paulo, SP, 1990) é artista multimídia e galerista que trabalha com pintura, vídeo, escultura digital 3D, fotografia e som. Diretora-fundadora da HOA, uma organização dedicada a uma perspectiva decolonial da arte contemporânea latina, focada em artistas da maioria global. A sua prática artística é guiada pelo potencial cultural e biológico das cores, em particular a cor azul está no centro da sua pesquisa atual, explorando as rotas globais do índigo, o legado histórico do lápis-lazúli e o poder dos minerais para reconstruir a vida – percorre a própria materialidade artística e as descrições emocional-visuais de seu sonho. Mais recentemente, sua pesquisa vem incorporando imagens criadas por programas de inteligência artificial e de interpretação de impulsos cerebrais como forma de superar o limite óptico das câmeras fotográficas ou mesmo do sistema ocular.
Seu trabalho já foi exposto no CCBB São Paulo (2023), Bienal do Cairo (2023), Museu da Língua Portuguesa (2023), Pivô/IMS (2023), ganhador do prêmio Bolsa ZUM de fotografia do Instituto Moreira Salles, MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro (2022), Mendes Wood DM Bruxelas (2022), MIS – Museu da Imagem e do Som (2021), Pinacoteca de São Paulo, São Paulo (2021), Christie´s Rockefeller Plaza, Nova York (2021), Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2020), ETOPIA Centro de Arte y Tecnologia, Zaragoza (2019), Galeria Baró, São Paulo (2019), Konvent 0, Barcelona (2018), SP-Arte Performance (2018), Teatro Oficina, São Paulo (2017) e Oficina Oswald de Andrade, São Paulo (2009).
Ayedun acredita que a justaposição de tecnologias antigas e contemporâneas é uma forma espiritual de preservar o ancestralismo africano para o futuro. A série “CAMINHO SOBRE A CEGUEIRA” tem como ponto central a Rota da Seda e oferece uma interpretação histórica das rotas comerciais no continente africano antes da colonização europeia. Além disso, explora as faculdades da visão por meio de perspectivas, pontos e eixos desfocados criados com aquarela, com o objetivo de analisar a atividade visual na interseção entre a presença contemporânea e a memória da ancestralidade.