Abiniel João Nascimento (Carpina, Pernambuco, 1996) é artista transdisciplinar, pesquisador, bacharel em museologia (UFPE, 2022), com formação em Fotografia Expandida (EAV Parque Lage). Criou a Ka’a Îuru – Escola da Memória, e é membro do Coletivo de Arte Negra e Indígena – CARNI. É coautor do livro E se? Arquivos, fotografias e fabulações (Editora Livrinho de Papel Finíssimo, 2023, Org.: Marina Feldhues), e organiza o Ciclo de Estudos Críticos: indigeneidade, mestiçagem e a maquinaria da ausência. Seu trabalho inclui textos, imagem em movimento, performances, fotografias, oficinas públicas e curadoria. Além de participar de residências artísticas nacionais e internacionais, o artista possui obras em algumas coleções particulares e em coleções públicas dentre elas no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Recife/PE); Museu de Arte Contemporânea de Goiás (Goiás/GO); na Galerie Paradise (Nantes/FR) e na MauMau Galeria (Recife/PE).
Abiniel tem sua prática constituída como um ponto evocatório da cosmologia de seu território: ora conjurando manifestações com o objetivo de incorporar e corporificar os segredos que habitam nas confluências; ora inundando as memórias em breu, mergulhando nestas e aprendendo com o indizível-envultado-inaudível.
Nas palavras do artista:”Elaborando um pensamento atravessado pelas dicotomias entre existência e extinção, parâmetradas pelo Estado, inicio o processo de pesquisa entre o ‘vazio extintocional’ e a criação de presenças enquanto contraponto a essa relação. Isso se estabelece através da elaboração dessas presenças, perpassadas por processos de encantamento, que friccionam a relação entre arte e espiritualidade. Como ponto de partida dessa pesquisa, produzo a obra “A Testemunha”, como corporificação de todas as bisavós indígenas ‘fantasmadas’ desde uma política de memória colonial. A obra é composta pela costura em espiral de 10 saias feitas com palha de Taboa, saias utilizadas e produzidas por alguns povos originários do Brasil.”